A Petrobras anunciou nesta quarta (8) novas regras para incentivar a aposentadoria de empregados, com expectativa de economizar R$ 7,6 bilhões até 2025. A estimativa da empresa é que até 3,8 mil pessoas se habilitem.
Segundo a Petrobras, as medidas são partes de um plano de resiliência para reduzir custos e sobreviver a um cenário de petróleo barato. Nas últimas semanas, a estatal já anunciou cortes de investimentos, redução temporária de salários e adiamento de bônus e dividendos.
Entre as medidas para reduzir o quadro de pessoal, o conselho de administração da companhia anunciou a criação de um novo programa de incentivo à aposentadoria, que vale para empregados já em idade de se aposentar pelo INSS.
O programa terá vigência até o fim de 2023. Na medida em que os empregados estejam aptos a se aposentar durante esse período, eles poderão aderir à demissão incentivada. Por isso, diz a Petrobras, o ganho no caixa não é imediato, mas sim diluído ao longo dos próximos três anos.
Além do novo programa, a estatal ajustou os estímulos para adesão em três iniciativas de demissão voluntária já lançados: um também para aposentados, outro para trabalhadores lotados em unidades que serão vendidas e o terceiro, para empregados da área corporativa.
A empresa não detalhou em nota quais seriam as mudanças nos incentivos, mas diz que fará uma provisão adicional de R$ 1,29 bilhão no balanço do segundo trimestre de 2020 para custear os novos compromissos com programa ligado a aposentadoria aprovado em 2019.
Os outros dois, afirma, são feitos em ciclos e com números menores de vagas, totalizando menores custos. Os provisionamentos serão feitos conforme as incrições ocorram.
A Petrobras fechou 2019 com 57,9 mil empregados, queda de 8,5% com relação ao ano anterior, já provocada pela adesão a planos de demissão voluntária. Em 2013, antes da descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, eram 86,1 mil.
“Os programas [de demissão incentivada] são importantes ferramentas de gestão de de efetivo da companhia, sendo mais uma medida com foco na redução de custos a fim de reforçar a resiliência dos negócios”, disse a empresa, em nota.
Sindicatos dos petroleiros estão questionando com o Ministério Público do Trabalho uma das medidas adotadas nas últimas semanas: a redução da jornada de empregados da área administrativa, com corte proporcional nos salários.
A medida foi anunciada na semana passada e terá duração de três meses. Para a FUP (Federação Única dos Petroleiros), deveria ser objeto de negociação com os sindicatos antes da implementação. A entidade pediu intervenção do Ministério Público.
No mesmo dia em que anunciou a redução de jornada, a empresa informou que postergará entre 10% e 30% do pagamento de salários a empregados com função gratificada. Antes, já havia postergado vencimentos de diretores.
A empresa estabeleceu como meta reduzir em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,3 bilhões, pela cotação atual) os gastos operacionais. A companhia também anunciou na ocasião corte na produção de petróleo em 200 mil barris por dia.
Esta semana, estabeleceu um teto de produção de 2,07 milhões de barris de petróleo por dia, em média, durante o mês de abril. O valor é 25% menor do que a média registrada no ano de 2019.
“O cenário atual é marcado por uma combinação inédita de queda abrupta do preço do petróleo, excedente de oferta no mercado e uma forte contração da demanda global por petróleo e combustíveis”, disse a empresa, ao anunciar a redução da jornada de trabalho.
Informações de Folha de São Paulo.