A aviação militar tem uma história rica e, ao mesmo tempo, complexa porque faz parte de um fator estratégico nas guerras ao redor do mundo.
Ao longo das décadas, a tecnologia avançou consideravelmente e os aviões passaram de máquinas simples para poderosas ferramentas de combate, o que vem alterando o curso dos conflitos.
Na Primeira Guerra Mundial, a aviação foi utilizada inicialmente para reconhecimento de território, com aviões primitivos que raramente causavam impacto no campo de batalha. Contudo, logo as aeronaves demonstraram sua eficácia no combate, alterando o curso das estratégias militares. Durante o conflito, surgiram os primeiros caças, com o objetivo de garantir a superioridade aérea, um conceito que revolucionaria as disputas futuras. Este foi o início de uma nova era: a “batalha pelo controle do ar”, onde as aeronaves se tornaram peças-chave para o sucesso das forças armadas.
Poucas nações possuíam forças aéreas independentes, com a maioria delas ainda subordinada aos Exércitos e Marinhas.
A Segunda Guerra Mundial foi marcada pela consolidação das forças aéreas independentes. O Brasil, por exemplo, só criou sua Aeronáutica em 1941. O fim desse grande conflito trouxe não apenas o horror das bombas atômicas, mas também uma breve paz e o início de uma transição tecnológica. Esse período de inovações transcendeu a guerra e deu origem à aviação comercial moderna.
A indústria de aviação militar impulsionou a criação de aviões comerciais, possibilitando que, na década de 1960, classes médias de países como os Estados Unidos e nações europeias pudessem viajar de avião. Este período foi um marco para o desenvolvimento da aviação civil.
Durante a Guerra Fria, as tensões entre Estados Unidos e União Soviética estavam centradas na ameaça de uma guerra nuclear, com a invasão aérea sendo vista como uma declaração de guerra. A corrida armamentista se intensificava, mas a guerra direta nunca aconteceu. No entanto, um incidente em 1983 mudou a história da aviação: caças soviéticos derrubaram um avião civil coreano que invadiu o espaço aéreo russo, matando 237 pessoas. Em resposta, os Estados Unidos liberaram o uso do GPS para civis, democratizando a tecnologia que antes era restrita ao uso militar e alterando para sempre a navegação aérea.
Neste cenário global de disputa pelo domínio do espaço aéreo, potências como Estados Unidos, Rússia e China se destacam com aviões de última geração, incluindo caças supersônicos que atingem velocidades de até quatro vezes a velocidade do som. O Brasil, por meio da Embraer, em 1969, também se tornou importante fornecedor de aeronaves militares, evidenciando o avanço da aviação no país.
Hoje os avanços na aviação militar são impulsionados por gigantes como Boeing, Embraer, empresas russas e, mais recentemente, pela indústria aeroespacial chinesa. O futuro da aviação militar está marcado pela chegada dos jatos supersônicos, que continuam a quebrar a barreira do som e redefinir as estratégias de guerra aérea.
Neste primeiro capítulo da série “Aviação Militar – o controle do céu”, O Planeta Azul traz a história das aeronaves militares pioneiras até a Guerra Fria. No primeiro período histórico, os aviões deixaram de ser apenas uma arma de reconhecimento para se tornarem verdadeiros instrumentos de destruição humana.