A Casa Branca reconheceu na terça-feira (22) que os Estados Unidos não conseguirão alcançar a meta de vacinação contra a Covid-19 de 4 de julho proposta pelo presidente Joe Biden, com a prerrogativa que o país tem mais trabalho a fazer para vacinar os americanos mais jovens.
O coordenador de resposta da Covid-19 da Casa Branca, Jeff Zients, disse que o país perderia ambas as metas do presidente: de ter 70% dos americanos adultos com pelo menos uma dose da vacina e 160 milhões de americanos totalmente vacinados até 4 de julho.
Zients afirmou a repórteres que os Estados Unidos teriam 70% dos americanos com 27 anos ou mais com pelo menos uma dose no fim de semana de 4 de julho, mas que levaria “algumas semanas extras” para atingir 70% de todos os adultos do país.
Ele observou que mais de 150 milhões de adultos americanos estão totalmente vacinados e que o país está a caminho de obter 160 milhões de adultos “até meados de julho”. Segundo Zients, a meta de Biden era “aspiracional” e elogiou o progresso que o governo fez nos últimos meses.
“[Biden] Estabeleceu 70% como nossa meta aspiracional. E nós o atingimos ou excedemos para a maioria da população adulta. Esta é uma conquista notável”, disse Zients.
De acordo com o coordenador, o governo agora está focado em vacinar os americanos mais jovens, especialmente os de 18 a 26 anos, contra o vírus. Ele disse que a Casa Branca trabalhará com líderes estaduais e locais em esforços de divulgação.
“A realidade é que muitos americanos mais jovens sentiram que a Covid-19 não é algo que os afeta e eles estão menos ansiosos para fazer a injeção. No entanto, com a variante Delta agora se espalhando por todo o país e infectando jovens em todo o mundo, é mais importante do que nunca que eles sejam vacinados “, declarou Zients.
Já o secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que governo não sente que perdeu a meta de vacinação do presidente porque “algo deu errado”.
“Nossa visão é que definimos uma meta ousada e ambiciosa – algo que o presidente fez desde o início – e devemos cumprir essa meta apenas algumas semanas após 4 de julho. E, de fato, neste momento, como de hoje, já estaremos nesse ponto para pessoas com 30 anos de idade ou mais”, disse Psaki durante um briefing.
Joe Biden
Biden ainda não reconheceu publicamente que é improvável que cumpra sua meta de 4 de julho. Apesar disso, os funcionários da Casa Branca estão avançando com seus planos para uma grande celebração no gramado sul, onde cerca de 1.000 convidados devem comparecer. A visão dentro do governo é que ainda há motivos para comemorar, já que boa parte do país começou a voltar à normalidade.
As autoridades minimizaram a expectativa de que o presidente não cumprirá sua primeira meta de vacinação desde que assumiu o cargo.
“Fizemos um tremendo progresso em nossos esforços de vacinação até agora e o objetivo final tem sido fazer com que os Estados Unidos volte ao normal. Estamos ansiosos para fazer isso mesmo aqui na Casa Branca”, disse Psaki.
A cobertura vacinal entre os adultos jovens tem sido menor e aumentando mais lentamente ao longo do tempo do que outras faixas etárias no país. De acordo com estudos publicados segunda-feira (21) pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a intenção de vacinação é menor entre os adultos jovens.
Se o ritmo semanal de vacinações continuar na taxa da semana de 22 de maio, apenas 57,5% dos adultos com menos de 30 anos terão recebido pelo menos uma dose da vacina até o final de agosto.
Vacinação nos Estados Unidos
Mais de 150 milhões de americanos, ou 45,2% da população, estão totalmente vacinados contra Covid-19, de acordo com o CDC. Quanto aos adultos, mais de 144 milhões, ou 55,9% da população adulta, estão totalmente vacinados.
Na semana passada, o presidente ressaltou o marco da administração de 300 milhões de vacinas no país em 150 dias e continuou a instar os americanos não vacinados a tomar a injeção para se protegerem contra variantes do vírus.
Autoridades federais de saúde alertaram que pessoas não vacinadas podem continuar a espalhar o vírus e novas variantes transmissíveis podem acelerar a disseminação. O governo Biden continua tentando conseguir que mais pessoas elegíveis sejam vacinadas para tentar prevenir a disseminação de novas variantes.
Óbitos
Apesar de todo o progresso que o país fez nos últimos meses para reduzir o número de mortes, casos e hospitalizações de Covid-19, os Estados Unidos ultrapassaram recentemente a marca sombria de 600.000 mortes de Covid-19, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Mas a Casa Branca está avançando com a divulgação do progresso feito no combate à pandemia. A celebração de 4 de julho no gramado sul será o maior evento presencial da Casa Branca desde que o presidente assumiu o cargo. O National Mall também estará aberto para os tradicionais fogos de artifício do 4 de julho.
Além de focar na vacinação dos americanos, o governo Biden também anunciou recentemente que investirá mais de US$ 3 bilhões do Plano de Resgate Americano para acelerar a descoberta, o desenvolvimento e a fabricação dos medicamentos antivirais contra a Covid-19, os quais podem incluir comprimidos que alguém pode facilmente tomar em casa no início de uma doença.
Doação de doses
A Casa Branca enfatizou que seu foco principal é a vacinação de americanos, mas fez vários anúncios recentemente sobre seu plano de doar vacinas Covid-19 no exterior.
Como parte dos esforços de Biden para reafirmar a liderança dos Estados Unidos no cenário mundial, o presidente anunciou no início deste mês que o país planejava comprar e doar 500 milhões de doses da vacina Pfizer em todo o mundo. A mudança também servirá para conter os esforços da Rússia e da China de usar suas próprias vacinas financiadas pelo estado para expandir sua influência global.
O governo Biden também anunciou na segunda-feira (21) seu plano de distribuir 55 milhões das 80 milhões de doses da vacina Covid-19 que Biden se comprometeu a alocar até o final deste mês.
Para todos os 80 milhões de doses, a Casa Branca disse que 75% serão compartilhados por meio do programa de vacinação global chamado Covid-19 Vaccines Global Access, ou COVAX, e 25% serão compartilhados diretamente com os países necessitados.