Estação do Brasil na Antártida é reinaugurada com reforço na segurança

Mau tempo adiou cerimônia desta terça-feira (14) para quarta (15). Base original teve 70% de sua estrutura destruída em um incêndio em 2012.

As tempestades de neve, o frio intenso e os ventos fortíssimos do continente gelado levaram as obras de reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz a se estender por três verões – 2017, 2018 e 2019. Renovada e ampliada após um incêndio, a nova base brasileira, na qual o governo investiu cerca de US$ 100 milhões – quase R$ 500 milhões – será reinaugurada nesta quarta-feira (15). A cerimônia seria nesta terça (14), mas justamente o mau tempo adiou a reinauguração. 

incêndio de 2012 destruiu 70% da estrutura, matou dois militares que trabalhavam na base e deixou marcas. Coordenador do projeto para elaborar a nova arquitetura da estação – houve um concurso internacional em 2013 -, Emerson Vidigal, do Estúdio 41, em Curitiba, relatou ao HuffPost Brasil que percebeu uma especial preocupação com a segurança. 

Contou ter tido, após vencer a disputa, inúmeras conversas com a Marinha e com os pesquisadores que já participavam do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) para fazer as adaptações conforme as necessidades. Houve pedidos de atenção para os riscos de um novo incêndio. “Parece que o fato de terem sofrido o incêndio anterior deixou todos bem sensíveis”, disse. “Esse é um trauma que o edifício novo precisa ajudar a resolver.”

No prédio que será inaugurado, há mais opções e tecnologia. Além de mais saídas de emergência “com dimensionamento generoso e acima das normas estabelecidas no Brasil”, segundo Vidigal. Ela conta ter duplicado as condições de saída e destaca a implantação de diversos sistemas de combate e controle de incêndios, como sensores de fumaça, alarmes, sprinklers, extintores de incêndio e exclusão de oxigênio ambiente. 

Além disso, as paredes de todos os cômodos foram feitas para suportar o fogo por determinado tempo, a depender do grau de risco de cada ambiente. Por exemplo: a cozinha e o laboratório suportam, fechados, o fogo por até 3 horas antes de as chamas se expandirem pelo resto do prédio, o que dá aos brigadistas tempo de agir. Já os quartos, com menos chances de incêndio, segurariam as labaredas por 30 minutos, explica o arquiteto. 

Fonte: HuffingtonPost Brasil

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