E o Brasil tem mais um feriado. 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que morreu nessa data lutando contra a escravidão no Brasil.
É um dia para a sociedade brasileira refletir sobre o que somos e o que queremos ser como nação. Também é uma oportunidade para celebrar a cultura afro-brasileira, valorizar a identidade negra e também saber mais sobre a trajetória desse líder negro.
Mas, afinal, quem foi Zumbi dos Palmares?
Zumbi dos Palmares nasceu em 1655 na Serra da Barriga, na época pertencente à Capitania de Pernambuco, hoje União dos Palmares, no estado de Alagoas. Nessa serra existia o Quilombo dos Palmares, que abrigava escravos fugitivos. Estima-se que foi um dos maiores quilombos da história, abrigando em torno de 20 mil pessoas.
Existem poucos registros sobre a vida de Zumbi dos Palmares. As escassas informações disponíveis foram escritas por portugueses e holandeses que travaram inúmeras batalhas para destruir o quilombo, o que só veio a acontecer em 1694.
Criado por seu tio, Ganga Zumba, líder do quilombo, Zumbi teria sido capturado ainda criança por bandeirantes que atuavam na região e entregue como escravo a religiosos, que deram a ele o nome cristão de Francisco.
Inconformado com a escravidão, aos 15 anos ele fugiu e voltou ao quilombo, onde acabou assumindo o reino depois que o seu tio Ganga Zumba foi assassinado por ter aceitado um acordo de paz com os colonizadores portugueses. Sua vida pessoal não é conclusiva, mas teria tido alguns filhos do casamento com Dandara, que lutou ao seu lado.
Zumbi dos Palmares enfrentou e venceu muitas investidas militares dos colonizadores. Guerreiro hábil e estrategista competente, ele se tornou o último líder do Quilombo dos Palmares e também o que teve maior relevância histórica.
Apesar da luta pelo fim da escravidão, sua liderança era despótica chegando a admitir, inclusive, um tipo mais brando de escravidão entre os próprios negros.
Na batalha de 1694, tropas portuguesas comandadas pelo bandeirante Domingos Jorge Velho destruíram o quilombo e Zumbi foi gravemente ferido. No entanto, ele conseguiu fugir com outros sobreviventes para a Serra Dois Irmãos, onde finalmente foi capturado e morto em 20 de novembro de 1695 após a delação de um de seus seguidores, o capitão Furtado de Mendonça. O líder de Palmares tinha 40 anos quando foi morto.
Sua cabeça foi cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Durante dias ficou exposta em praça pública para servir como exemplo para os escravos e também para acabar com o mito da imortalidade de Zumbi dos Palmares.
A data de sua morte, 20 de novembro, foi adotada como o Dia da Consciência Negra e virou feriado nacional de acordo com a Lei nº 14.759, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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