
O Parlamento do Japão elegeu nesta quarta-feira (16) Yoshihide Suga, novo líder do Partido Liberal Democrata (PLD), como o novo primeiro-ministro. Ele substitui Shinzo Abe, que renunciou por motivos de saúde após quase oito anos como chefe de governo.
Suga, de 71 anos, recebeu 314 votos de um total 462 sufrágios válidos na câmara baixa do Parlamento, onde o PLD e seu aliado de coalizão, o partido Komeito, têm uma ampla maioria.
Pouco depois, a câmara alta do Parlamento também aprovou a eleição de Suga, que era secretário-geral e porta-voz do governo desde o retorno ao poder de Shinzo Abe no fim de 2012.
Suga foi eleito novo líder do PLD na segunda-feira (14) para concluir o mandato de Abe, previsto para terminar em setembro de 2021. Porém, alguns nomes importantes da legenda se mostraram favoráveis à convocação de eleições legislativas antecipadas, com o objetivo de consolidar a legitimidade de Suga e prolongar a duração de seu mandato além do prazo inicialmente previsto.
Até o momento, Suga considera que as eleições não são uma prioridade, alegando que a convocação de uma votação poderia ser complicada por causa da pandemia.
Filho de um agricultor, com uma trajetória atípica, Suga assessorou fielmente a Abe durante muitos anos, coordenando a política entre os ministérios e as várias agências do Estado. Embora seja um profundo conhecedor do organização do poder no país, ele não tem o status internacional do seu antecessor.
Desafios
O novo premiê se comprometeu a seguir a política de Shinzo Abe. Por isso, a formação do novo Executivo não deve trazer grandes surpresas.
Em sua primeira entrevista coletiva como primeiro-ministro, Suga disse que o maior desafio que o Japão enfrenta no momento é a disseminação do novo coronavírus, mas acrescentou que há necessidade de equilibrar a luta contra o vírus com o renascimento econômico.
Ele também prometeu aumentar a capacidade de testes para detecção do vírus e que garantirá uma vacina para todo o país quando ela estiver pronta.
Analistas ouvido pela AFP acreditam que Suga dará continuidade à política econômica de Shinzo Abe, caracterizada por uma política monetária ultraflexível e estímulos fiscais em larga escala, além da aceleração de reformas estruturais.
Entre os temas que o futuro governo terá que administrar está também a delicada questão da organização ou não dos Jogos Olímpicos de Tóquio – adiados para 2021 por causa da pandemia.
Os desafios diplomáticos do novo premiê também são importantes. Ele deve atuar para preservar a aliança com os Estados Unidos, fortalecida na gestão anterior.
Por outro lado, a postura do Japão com relação à China deve chamar a atenção em um momento em que a opinião pública passou ser mais rígida em relação a Pequim por causa da pandemia e da atuação chinesa para reprimir distúrbios políticos em Hong Kong.
Saída de Shinzo Abe
Na manhã desta quarta, Abe oficializou a sua saída do cargo. No dia 28 de agosto, Abe tinha anunciado a sua decisão de renunciar devido a complicações relacionadas à colite ulcerativa crônica, que sofre desde a juventude. Ele foi premiê por pouco mais de um ano entre 2006 e 2007 e voltou em 2012, o que o torna o primeiro-ministro a ocupar o cargo por mais tempo na história recente do Japão.
Informações de G1.