Um funcionário do serviço postal da Pensilvânia, nos Estados Unidos, citado por republicanos como testemunha de irregularidades na apuração dos votos nas eleições, admitiu ter forjado as supostas provas de fraude, segundo três investigadores ouvidos pelo The Washington Post. Democratas da Comissão de Supervisão e Reforma da Câmara também confirmaram o caso.
Segundo o jornal, Richard Hopkins, 32, alegou às autoridades que um funcionário dos correios em Erie teria instruído os carteiros a mudar a data de entrega das cédulas enviadas depois de 3 de novembro, dia da eleição. Desta forma, votos que, em tese, não seriam considerados poderiam ser computados.
A acusação foi citada pelo senador republicano Lindsey O. Graham em carta enviada ao Departamento de Justiça para solicitar uma investigação. O procurador-geral William P. Barr, então, autorizou a abertura de inquérito para apurar o caso — antes mesmo que o resultado da eleição fosse confirmado, em decisão que contraria a política adotada pelo órgão ao longo dos anos.
Na segunda-feira (12), porém, Hopkins voltou atrás e disse a investigadores do serviço postal dos EUA que as acusações feitas anteriormente eram falsas. De acordo com autoridades ouvidas pelo The Washington Post, ele também assinou um documento em que nega o que havia dito.
Ontem, democratas da Comissão de Supervisão e Reforma da Câmara também confirmaram a mudança na versão apresentada pelo funcionário. “Investigadores informaram hoje [terça] à equipe da Comissão que falaram com Hopkins na sexta (6), mas ele retirou as acusações ontem [segunda] e não explicou por que deu falso testemunho”, diz uma publicação nas redes sociais.
Procurado pelo The Washington Post, Hopkins não retornou o contato. Em vídeo publicado no Twitter, ele negou que tenha voltado atrás — e o presidente Donald Trump, que se recusa a aceitar a vitória de Joe Biden nas eleições, compartilhou a publicação, chamando o funcionário dos correios de “bravo patriota”.
“Mais e mais pessoas estão se apresentando para expor esta eleição fraudada!”, escreveu o republicano, novamente sem apresentar provas das acusações. Na publicação, há um alerta do próprio Twitter: “Esta alegação sobre fraude nas eleições é contestada”.
Informações de UOL.