Os Emirados Árabes Unidos conseguiram colocar na órbita de Marte a sonda “Al-Amal” (“Esperança” em português), tornando-se o primeiro país árabe a realizar este feito, após o suspense provocado por uma manobra delicada.
— Ao povo dos Emirados Árabes Unidos, às nações árabes e muçulmanas, anunciamos a chegada com êxito à órbita de Marte. Louvado seja Deus — declarou Omran Sharaf, o diretor do projeto.
A missão é considerada o primeiro passo para um projeto muito mais ambicioso: a criação de uma colônia humana em Marte antes de 2117.
Para entrar na órbita de Marte, a sonda girou e teve a velocidade reduzida de 121 mil km/h a 18 mil km/h. Os cientistas, baseados no Centro Espacial de Dubai, ovacionaram o sucesso da manobra, que durou 27 minutos.
No início da semana Sarah al Amiri, presidente da Agência Espacial dos Emirados e ministra de Tecnologias avançadas, tuitou que “estes “vinte e sete minutos às cegas determinarão a sorte de sete anos de trabalho”.
— Este projeto é muito importante para a nação, para toda a região e a para a comunidade científica e espacial mundial — declarou à AFP Omran Sharaf, diretor de projeto da missão.
‘Uma honra para nossa nação’
O príncipe-herdeiro de Abu Dhabi e homem forte dos Emirados, Mohamed bin Zayed, parabenizou os cientistas e afirmou que o trabalho foi “uma honra para nossa nação”.
Os Emirados Árabes Unidos têm nove satélites em operação e planeja lançar outros oito nos próximos anos.
A entrada da sonda “Esperança” na órbita de Marte coincide com o aniversário de 50 anos da unificação dos sete emirados em uma federação. Todos os monumentos do país foram iluminados de vermelho durante a noite.
No ano passado, China e EUA enviaram sondas para Marte em julho, aproveitando o período em que a Terra e Marte estão mais próximos a cada 26 meses. No entanto, ao contrário destas missões, a sonda árabe não pousará no Planeta Vermelho.
A sonda usará três instrumentos científicos para monitorar a atmosfera marciana e deve começar a transmitir informações em setembro. Os dados obtidos serão disponibilizados para cientistas de todo o mundo.