A FUP (Federação Única dos Petroleiros) anunciou nesta quinta-feira (20) que a categoria suspenderá a greve para tentar novo acordo com a Petrobras. A paralisação dos petroleiros já dura 20 dias. De acordo com a federação, a decisão foi tomada em assembleias realizadas pelos 13 sindicatos filiados.
“Com isso, os petroleiros reforçam sua disposição em dialogar com a Petrobras na manhã desta sexta-feira (21), em Brasília, em audiência de mediação proposta pelo ministro Ives Gandra, do TST (Tribunal Superior do Trabalho)”, diz o comunicado.
A reunião também deve contar com a presença de representantes da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.
A paralisação começou em 1º de fevereiro com o pedido da categoria para suspender as demissões em subsidiária da Petrobras no Paraná. A FUP aponta que as demissões afetam mais de 1.000 famílias. Se não houver 1 acordo, o sindicato diz que vai indicar a retomada do movimento.
A decisão de pausar o movimento se deu depois de indicativo divulgado na quarta-feira (19).
Os petroleiros querem o estabelecimento de negociação com a estatal para cumprimento de ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) que, argumenta a federação, vem sendo descumprido. A FUP aponta, ainda, entre as reivindicações o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional.
Em nota, a Petrobras afirmou que o movimento é “descabido” e que tomou as providências necessárias para garantir a continuidade das atividades. De acordo com a estatal, todos os compromissos assumidos na negociação do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) 2019-2020 vêm sendo integralmente cumpridos.
O presidente da petrolífera, Roberto Castello Branco, afirmou que, mesmo diante de eventual acordo na manhã de sexta-feira, contratos de trabalho serão suspensos.
Diferentemente dos sindicatos, que falam em 1.000 desempregados, a estatal reconhece responsabilidade pelos 396 contratados diretos. “Não existe essa história de 1 mil empregados. O restante é dos fornecedores”, disse Castello Branco.