O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (11) que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou recebeu aprovação regulatória. É a primeira vacina a ter o aval para ser produzida e aplicada em massa. A expectativa da Rússia é que a vacinação comece em outubro.
Em teleconferência com ministros do governo, Putin ressaltou que “pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada“. Putin disse que a vacina “funciona de forma bastante eficaz, forma uma imunidade estável e, repito, passou em todas as verificações necessárias”.
O líder russo afirmou que sua filha participou do experimento e já recebeu a dose da vacina. Putin detalhou que, depois da primeira injeção, a filha teve febre leve. No dia seguinte, a temperatura estava normal. “Depois da segunda injeção, ela teve uma febre leve de novo e depois tudo ficou bem. Ela está se sentindo bem e tem uma alta contagem de anticorpos“, explicou Putin.
O ministro da saúde russo, Mikhail Murashko, afirmou que, mesmo com apenas 2 meses de testes em humanos, a vacina se mostrou segura. Profissionais da área médica, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a receber injeções da vacina.
A vacina se baseia em uma plataforma de adenovírus. A base teve sucesso na produção da vacina contra o Ebola, o que é visto pelos russos como vantagem sobre as outras em desenvolvimento. O adenovírus está presente na vacina da Universidade de Oxford, considerada uma das mais promissoras. A Rússia diz, no entanto, que o Reino Unido usa um tipo de adenovírus como vetor e isso reduz a capacidade de imunização.
As pesquisas foram realizadas com só 38 voluntários, todos remunerados. Eles foram testados e depois mantidos em isolamento por 28 dias para se proteger contra outras infecções. Agora, eles devem ser monitorados por mais 6 meses.