O valor do contrato futuro com vencimento em maio do barril de petróleo WTI (West Texas Intermediate), referência nos Estados Unidos, derrete nesta nesta segunda-feira (20).
Por volta das 14h, ele despenca 71% na Bolsa de Chicago, a US$ 5,31 (R$ 28,14) o barril, menor valor da série iniciada em 1983. Há pouco, o contrato chegou a cair 78%, a US$ 4,04, a maior queda da história.
A queda é fruto da forte pressão vendedora do contrato de maio que vence nesta segunda. Investidores não querem terminar o pregão corregando os papéis em um cenário de forte queda de demanda pela pandemia da Covid-19.
“Você tem a opção de fazer a liquidação financeira ou física quando o contrato vence e isso é definido logo no preenchimento do contrato”, afirma Alan Ghani, professor de Finanças do Insper.
O contrato de WTI com vencimento em junho tem uma queda menos expressiva, de 9,4%, a US$ 22,68.
Já o contrato do barril de petróleo Brent, negociado na Bolsa de Londres e referência internacional, cai 5,5%, a US$ 26,53.
A matéria-prima sofre uma forte desvalorização de cerca de 60% neste ano, com a guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita e a desaceleração econômica devido a medidas de combate ao coronavírus.
Além disso, o acordo da Opep+, (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e demais produtores, como Rússia), para reduzir a produção do óleo de modo a elevar o preço foi considerada insuficiente pelo mercado.
Conforme o uso do petróleo cai, o armazenamento sobe. No centro de entregas de Cushing, em Oklahoma, estão estocados 55 milhões de barris, perto da capacidade máxima de 76 milhões de barris.
O petróleo armazenado em navios flutuantes também está em nível recorde, com estimados 160 milhões de barris.
A forte queda da commodity derrubou as principais Bolsas globais. Nos EUA, Dow Jones cai 1,2% e S&P 500, 0,3%, enquanto Nasdaq opera estável.
No Brasil, o Ibovespa recua 0,4%, a 78.688 pontos.
As ações da Petrobras têm desempenho misto. As preferenciais (mais negociadas) caem 0,8%, a R$ 16, enquanto as ordinárias (com direito a voto) operam estáveis, a R$ 16,73.
Já o dólar comercial sobe 1,25%, a R$ 5,3050, máxima do dia. O turismo está a R$ 5,52 na venda.
Além da turbulência do mercado financeiro internacional, a moeda reflete a tensão política brasileira, após líderes do Legislativo e Judiciário repudiaram a participação do presidente Jair Bolsonaro de um ato pró-golpe no domingo (19).
Informações de Folha de São Paulo