Os economistas e operadores do mercado financeiro entrevistados pelo Banco Central para a elaboração do Relatório Focus, divulgado semanalmente, costumam errar as projeções. Os cálculos equivocados são mais frequentes quando se tratam da taxa básica Selic: foram 13 imprecisões nos últimos 18 anos.
As projeções para a Selic saíram erradas em 3 dos últimos 5 anos. Um dos fatores que atrapalharam os cálculos foi a lenta recuperação da atividade econômica depois da recessão. O PIB fraco permitiu com que o Copom (Comitê de Política Monetária) reduzisse os juros mais do que o mercado financeiro esperava.
No início de 2019, por exemplo, os operadores de mercado disseram que o percentual terminaria o ano em, no mínimo, 5,5% ao ano e, no máximo, aos 9% ao ano. Mas, no fim de 2019, a Selic estava em 4,5% ao ano.
Considerando os 13 anos de erros, os juros ficaram distantes em 3 pontos percentuais, em média, da mediana das projeções. Para essa discrepância histórica se concretizar em 2020, a taxa Selic teria que terminar o ano em 1,25% ao ano ou menos –ou em 1 valor igual ou superior a 7,25% ao ano.
O percentual atual está em 4,25%, e o Focus estima que ficará neste patamar até dezembro. No 1º relatório de 2020, porém, a mediana indicava que terminaria em 4,5% ao ano.