O número de brasileiros que se conecta à internet aumentou mais uma vez
na comparação ano a ano, dando continuidade à tendência histórica de
crescimento. No total, 70% da população acessou a rede pelo menos uma vez nos
últimos três meses, segundo dados do Cetic (Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação), ligado ao Comitê Gestor da
Internet do Brasil. A informação está no levantamento TIC Domicílios 2018. O
estudo, realizado desde 2005, traz uma radiografia do uso da internet no país.
Entre os dados que ele contém estão:
Graças à popularização dos smartphones, as classes C e D/E tiveram aumentos
consideráveis no uso da internet. Os índices subiram de 60% para 76% (classe C)
e de 23% para 40% (D/E) Entre os usuários totais de internet, 89% acessam a
rede todos os dias ou quase todos os dias. Em relação aos dados sobre o local
em que a pessoa acessa a rede, o levantamento mostra que 95% da população fica
online em casa e 47% “em deslocamento”, ou seja, por meio de dispositivo móvel
como smartphone ou tablet. Um total de 67% dos domicílios brasileiros contam
com acesso à internet, o equivalente a 46,5 milhões de lares. Entre aqueles que
acessam a internet, 97% usam o celular para isso. O uso do computador para o
mesmo fim varia conforme a classe social. Se na classe A, 88% também se valem
do computador, nas classes D e E esse índice cai para 15%.
Os ‘sem internet’
A pesquisa mostra também a maneira como a desigualdade digital reproduz
a desigualdade real do país nos recortes que compõem o grupo de pessoas que
nunca acessaram a internet. Um total de 23% dos brasileiros nunca ficou online,
aproximadamente 48 milhões de pessoas, mais do que o número de habitantes do estado
de São Paulo. Com a crescente disponibilidade de serviços de toda sorte na
internet, cidadãos desconectados tendem a ficar cada vez mais excluídos.
Indivíduos e comunidades fora da rede ficam alijados de inúmeras facilidades em
áreas como procura de emprego, serviços públicos, conteúdo educacional, cultura
e comunicação.
Por área
De acordo com os dados do levantamento, as pessoas que nunca acessaram a internet têm maior probabilidade de morar fora da cidade. Nas áreas rurais, chega a 41% a fatia da população que nunca entrou na rede. Entre habitantes de áreas urbanas, o índice cai para 20%.
Por região
Quando se olha para as regiões do Brasil, não há disparidades
significativas. Os extremos são o Nordeste, onde 29% das pessoas jamais
estiveram online, e o Sudeste, onde o índice está em 20%.
Por faixa etária
Previsivelmente, pessoas de mais idade têm mais chances de não terem conhecido a internet. O índice de 32% para brasileiros entre 45 e 59 anos, entretanto, é bastante alto. Quando se olha para a população com mais de 60 anos, a taxa vai para 68%.
Por grau de instrução
Entre a parte da população que é analfabeta ou só frequentou a educação
infantil, 83% nunca acessaram a rede. Quando se olha para pessoas que tiveram o
ensino fundamental, o índice cai, mas ainda assim é elevado: 35%. A porcentagem
de brasileiros com ensino médio (6%) e superior (2%) que nunca estiveram online
indicam uma situação de grande disparidade.
Classe social
Novamente, o alcance do acesso varia substancialmente conforme a classe social. Se na classe A, apenas 8% nunca navegaram na internet, na faixa D e E, esse índice dispara para 41%.
Renda familiar
Quanto mais dinheiro em casa, maior a probabilidade de ter acesso à
rede. Se entre famílias que ganham mais de 10 salários mínimos, apenas 7% das
pessoas nunca entraram na internet, aqueles que ganham até um salário mínimo
contam com uma taxa de 35% de acesso zero.
Fonte Nexo Jornal