Na semana passada, a China lançou uma nave experimental reutilizável, que foi levada à órbita pelo foguete Long March 2F. De acordo com a mídia estatal chinesa Xinhua, a nave pousou com segurança neste último domingo (6), após passar dois dias em órbita. Além disso, o veículo misterioso lançou um objeto desconhecido antes de encerrar a missão, mas ele já foi catalogado pela vigilância espacial dos Estados Unidos como “NORAD ID 46395 (2020-063G COSPAR ID)”.
Segundo a Xinhua, o sucesso do voo foi um marco importante para o país nos estudos das naves espaciais reutilizáveis, que deverão oferecer transportes de baixo custo para o uso pacífico do espaço. Apesar desta proposta, ainda não há informações sobre o veículo e nem mesmo sobre seu design mesmo após o pouso: a China não divulgou imagens, mas alguns boatos sugerem que o veículo talvez seja um avião espacial semelhante ao X-37B, da Força Aérea dos Estados Unidos.
Essa suspeita veio de uma fonte militar anônima, que declarou ao jornal South China Morning Post que não podia revelar detalhes da missão, mas que seria uma boa ideia observar o X-27B. Trata-se de um avião espacial que tem um quarto do tamanho dos ônibus espaciais orbitais dos Estados Unidos, uma série de espaçonaves que foram lançadas por meio de foguetes de 1981 a 2011 e puderam planar de volta para a Terra, descendo às pistas de pouso para serem reparados e reutilizados. O X27-B utiliza quase a mesma operação básica, mas não é tripulado.
Ainda que sem confirmação, também podemos especular um pouco sobre as capacidades do veículo: acontece que, em 2017, Chen Hongbo, oficial da China Academy of Launch Vehicle Technology (CALT), deu algumas informações que podem ser importantes para esta questão. Naquela época, ele declarou que um veículo espacial reutilizável — cujo teste estava programado para meados de 2020 — poderia levar tripulações e cargas úteis. Além disso, ele ressaltou também que alguns veículos teriam características de aeronaves e espaçonaves, o que indica um veículo espacial com asas. Chen também descreveu um conceito onde o segundo estágio do foguete ficaria na parte de trás do primeiro, de modo que ambos poderiam pousar horizontalmente.
Ainda não sabemos bem qual é a natureza deste veículo tão secreto, mas é certo que a China tem razão em comemorar o retorno da nave: a Xinhua descreveu o acontecimento como um “lançamento importante”, enquanto uma fonte militar informou ao South China Morning Post que existiram muitas “primeiras vezes” na missão, o que explica todo o ar secreto. “A nave é nova e o método de lançamento é diferente. Por isso precisamos garantir a segurança extra”, declarou.
Informações de Canal tech.