O Ministério da Saúde formalizou a compra de mais 54 milhões de doses da Coronavac, no momento em que Estados reclamam a falta da vacina contra a covid-19 para darem prosseguimento à campanha de imunização. Segundo informou a pasta, o contrato para aquisição do imunizante foi assinado com o Instituto Butantan. Somando-se às outras 46 milhões de doses já contratadas, a expectativa é de que, até setembro, sejam distribuídas 100 milhões de doses aos Estados brasileiros.
Em nota divulgada nesta tarde, o ministério lembra que tinha opção de comprar essa remessa adicional da Coronavac até 30 de maio. “Preferimos adiantar a confirmação para termos logo essas 54 milhões de doses”, afirma o secretário executivo do Ministério, Elcio Franco, na nota.
O Ministério da Saúde informou ainda que deve assinar nos próximos dias contratos de compra com a União Química, que deverá entregar 10 milhões de doses da vacina Sputnik V, entre março e maio, e com a Precisa Medicamentos, que deve entregar, no mesmo período, mais 30 milhões de doses da Covaxin.
Apesar disso, as duas vacinas ainda não têm autorização para uso no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com relação à Sputnik, foi feita uma solicitação de autorização de uso emergencial, mas esse pedido foi devolvido para a empresas para complementação de dados e informações. Segundo informações disponibilizadas pela Anvisa, não há pedido pendente de avaliação na agência para o imunizante no momento.
Com relação à Covaxin, a empresa responsável pela vacina no Brasil já manifestou interesse em realizar o estudo clínico de fase 3 no País, mas ainda não fez nenhuma solicitação de uso emergencial.
Com a escassez das doses de vacinas em vários Estados do País, travando campanhas de imunização, o Fórum de Governadores do Brasil tem reunião agendada para esta quarta-feira com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Eles querem cobrar do governo federal um cronograma para entrega das vacinas.
O Ministério da Saúde afirma que 11,1 milhões de doses já foram entregues, o que seria suficiente para vacinar cerca de 6,5 milhões de pessoas.
Segundo a pasta, este é cronograma de entregas das doses de imunizantes contra a covid-19:
Consórcio Covax Facility
Entregas das 42,5 milhões de doses:
Março: 2,65 milhões de doses da AstraZeneca
Até junho: 7,95 milhões de doses da AstraZeneca
A expectativa é que o Brasil receba ainda aproximadamente mais 32 milhões de vacinas contra a covid-19 produzidas por laboratórios de sua escolha até o final do ano.
Butantan – Coronavac/Sinovac
Entregas das 100 milhões de doses:
Janeiro: 8,7 milhões – entregues
Fevereiro: 9,3 milhões
Março: 18,1 milhões
Abril: 15,93 milhões
Maio: 6,03 milhões
Junho: 6,03 milhões
Julho: 13,55 milhões
Agosto:13,55 milhões
Setembro: 8,8 milhões
Fiocruz – Oxford/Astrazeneca
Entregas das 222,4 milhões de doses:
Janeiro: 2 milhões – entregues
Fevereiro: 4 milhões
Março: 20,7 milhões
Abril: 27,3 milhões
Maio: 28,6 milhões
Junho: 28,6 milhões
Julho: 1,2 milhões
Segundo a Saúde, com a incorporação da tecnologia da produção do IFA, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.
União Química – Sputnik V/Instituto Gamaleya
Entrega das 10 milhões de doses, importadas da Rússia (previsão de assinatura de contrato esta semana):
Março: 800 mil entregues 15 dias após a assinatura do contrato
Abril: 2 milhões entregues 45 dias após a assinatura do contrato
Maio: 7,6 milhões entregues 60 dias após a assinatura do contrato
A expectativa é que, a partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química passe produzir mais 8 milhões de doses por mês.
Precisa Medicamentos – Covaxin/BHARAT BIOTECH:
Entrega das 20 milhões de doses, importadas da Índia (previsão de assinatura de contrato esta semana):
Março: 8 milhões – 4 milhões + 4 milhões de doses entregues entre 20 e 30 dias após a assinatura do contrato
Abril: 8 milhões – 4 milhões + 4 milhões de doses entregues entre 45 e 60 dias após a assinatura do contrato
Maio: 4 milhões entregues 70 dias após a assinatura do contrato