O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse aceitar que sua empresa pague mais tributos fora dos Estados Unidos. “Aceitamos que [as reformas] possam significar que tenhamos que pagar mais impostos e pagá-los em diferentes lugares sob uma nova estrutura”, disse Zuckerberg. A informação foi noticiada pelo site Politico, que teve acesso a trechos do discurso do executivo para a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
Zuckerberg apoiou a criação de um regime tributário global, principalmente para as chamadas big techs, que incluem Facebook, Google e Amazon. A discussão sobre a aprovação de um tributo digital tem encontrado resistências mundo afora. Em 2019, as negociações na Europa sobre o tema fracassaram. Nos EUA, o secretário do Tesouro Nacional, Steven Mnuchin, declarou que apoia que as regras digitais globais sejam opcionais. O país tem reagido, com tarifas retaliatórias, à implementação de regras digitais no cenário externo.
França e Áustria chegaram a aprovar regras nacionais de impostos digitais, mas, por pressão de Washington, Paris suspendeu a cobrança de taxa. O Reino Unido dará início à discussão de tributação digital a partir abril.
Com Zuckerberg, as negociações sobre o regime tributário digital em andamento na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ganham um importante aliado.
“A forma como as empresas de tecnologia são taxadas na Europa levam à frustrações. Também queremos reforma tributária e fico feliz que a OCDE esteja analisando isso“, diz trecho do discurso.