Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda, 21, uma megaoperação para investigar crimes de tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro praticados pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC. De acordo com a corporação, a ação visa desarticular a organização criminosa por meio de sua descapitalização, além de prender lideranças e mirar diversas pessoas ligadas à facção que serviam como ‘laranjas’ e lavavam dinheiro de ‘mesadas’ que o grupo pagava a seus integrantes.
Batizada de Operação Caixa Forte 2, a ofensiva busca cumprir 623 ordens judiciais – 422 mandados de prisão preventiva e 201 de busca e apreensão em 19 Estados e no Distrito Federal. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte que determinou ainda o bloqueio de até R$ 252 milhões dos investigados.
A PF informou que a ação envolve cerca de 1.100 agentes e é realizada por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado – grupo coordenado pela PF com participação da Polícia Civil de Minas, da Polícia Rodoviária Federal, e do Departamento Penitenciário Nacional. A ofensiva é aberta no dia do ‘aniversário’ da facção, que foi fundada em 1993.
Os Estados onde são realizadas as atividades da Caixa Forte 2 são: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a Polícia Federal, parte das ordens também são cumpridas no Chile.
Segundo a corporação, a ofensiva tem como base dados obtidos na primeira fase da ‘Caixa Forte’, que identificou os responsáveis pelo chamado ‘Setor do Progresso’ do PCC, dedicado à lavagem de dinheiro do tráfico. A PF apontou que tais informações revelaram que os valores obtidos com o tráfico eram, em parte, canalizados para inúmeras outras contas bancárias da facção, inclusive para as contas do ‘Setor da Ajuda’ – responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios.
A Polícia Federal diz ter identificado 210 integrantes do alto escalão da facção, recolhidos em Presídios Federais, que recebiam valores mensais por terem ocupado cargos de relevo na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, execuções de servidores públicos.
Para garantir o recebimento do ‘auxílio’, os integrantes do grupo indicavam contas de terceiros não pertencentes à facção para que os valores, oriundos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal, informou a corporação. Segundo a PF, foram identificadas 220 empresas ligadas ao PCC, das quais 179 continuavam em uso durante as investigações.
Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas combinadas podem chegar a 28 anos de prisão, informou a Polícia Federal.
Informações de Estadão.