O presidente, Jair Bolsonaro ,e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresentaram em cerimônia o plano nacional de vacinação contra a covid-19. Não foi dada uma estimativa de data para o início da imunização.
No documento, o Ministério da Saúde inclui a Coronavac, do Instituto Butantan, na lista chamada de “adesão do Brasil às vacinas”. Outros imunizantes citados são as vacinas de Oxford, da Pfizer, da Bharat Biotech, da Moderna e da Janssen, além do consórcio da Covax Facility, da OMS.
O chamado “Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19” é dividido em 10 eixos. Entre eles estão descrições sobre os públicos-alvos para a vacinação; as vacinas já adquiridas pelo governo e as que estão em processo de pesquisa; a operacionalização da imunização; o esquema logístico de distribuição das doses pelo país; e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional.
Primeiro a falar na cerimônia, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, frisou que o plano não é definitivo, mas “dinâmico”, estabelecendo as estratégias para a imunização. Segundo ele, o objetivo inicial — como não haverá doses suficientes para imunizar toda a população — é contribuir para reduzir a mortalidade e a transmissão da doença no Brasil. Para isso, a ideia é imunizar primeiro os grupos prioritários (veja abaixo), com maior risco de desenvolver complicações e com maior risco de exposição ao vírus.
Ao discursar, o ministro Pazuello chamou o lançamento do plano de “momento histórico”. Ele também falou sobre o que chamou de “angústia” pela imunização.
— Somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra que essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina (…) Tudo isso grátis, custeado pelo SUS — disse.
Pazuello também garantiu que todos os Estados receberão doses de maneira igualitária.
— Todos os Estados serão tratados de forma igualitária, proporcional. Não haverá diferença. Todas as vacinas terão prioridade do SUS. Isso está pacificado — garantiu.
Em manifestação entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira (15), o governo condicionou o cronograma de vacinação ao aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aos imunizantes. O Planalto afirma que as doses devem chegar aos Estados e ao Distrito Federal em até cinco dias após a permissão da Anvisa e a entrega do produto no complexo de armazenamento do Ministério da Saúde.
Grupos prioritários
O Plano Nacional de Vacinação prevê quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas:
- Grupo 1: trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil).
- Grupo 2: pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
- Grupo 3: 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40).
- Grupo 4: professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil).