
Não foi por falta de convite e nem de insistência de membros do governo, mas o ministro Paulo Guedes (Economia) preferiu não presenciar nesta terça-feira (25) o evento de lançamento do Casa Verde e Amarela, novo nome do Minha Casa, Minha Vida, no Salão Nobre do Palácio do Planalto. O programa habitacional do presidente Jair Bolsonaro é capitaneado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, o antagonista do Posto-Ipiranga. No Planalto, as insatisfações de Guedes —que tenta segurar o ímpeto gastador de Marinho— já estão escancaradas. E parecem ser cada vez mais recíprocas. Ministros próximos ao presidente têm dito que não há “ninguém insubstituível” e que Guedes precisa entender, principalmente, o caminho do diálogo.
No evento de hoje, o presidente surpreendeu ao chamar o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, de “PG2”, já que ele possui as mesmas iniciais do ministro da Economia. Apesar disso, nas rodas de conversas palacianas o nome que vem sendo ventilado como um possível substituto de Guedes é o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ontem, em entrevista à CNN, o chefe do BC afirmou que falar em substituição de Guedes é uma “distração” e um “debate que não existe”. O debate pode de fato não estar colocado na mesa do presidente, mas no seu entorno ele representa uma vontade cada vez maior. A avaliação de auxiliares do presidente é que uma troca consensual de Guedes por Campos Neto não traria grandes traumas ao mercado. Outro titular da Esplanada, porém, ressalta que o chefe do BC tem uma ligação muito forte com o ministro da Economia e que não aceitaria o convite.