Como a volta às aulas presenciais está sendo pensada pelo país

Quase cinco meses após o início da pandemia do novo coronavírus, que levou ao fechamento de escolas em todo o Brasil a partir de março, estados e municípios têm discutido a retomada das aulas, mas esbarram em dificuldades para definir uma data para isso. O impasse se deve à incapacidade do país em controlar a transmissão da doença e aos riscos envolvidos na medida: reabrir escolas significa voltar a aglomerar pessoas em locais fechados, em situação propícia ao contágio, o que colocaria crianças, jovens e profissionais da educação em perigo.

Com a reabertura de outras atividades pelo país, representantes das escolas privadas têm pressionado cada vez mais os governos pela retomada das aulas. Gestores de educação estudam como cumprir a carga horária de forma a amenizar o impacto da pandemia para os alunos, e entidades e governos lançaram guias para a reabertura com o estabelecimento de requisitos de higiene que possam evitar novos surtos. Representantes dos profissionais de ensino e epidemiologistas dizem, porém, que ainda não é hora de se pensar na volta às aulas.

Uma saída que alguns estados encontraram para se chegar a um consenso tem sido consultar os próprios alunos sobre a retomada. Há discussões sobre a adoção de modalidades que mesclem atividades presenciais e a distância. O Conselho Nacional de Educação, que assessora o Ministério da Educação, recomendou que pais possam decidir sobre o retorno ou não dos filhos sem punir quem preferir continuar com o ensino remoto.

A recomendação do Conselho Nacional de Educação consta em um parecer de julho que ainda precisa ser homologado pelo ministério. Segundo a orientação, os pais que não quiserem que os filhos voltem a frequentar as escolas em meio à pandemia poderão optar por continuar com as atividades educativas em casa sem que o aluno seja punido com a contagem de faltas.

O documento aconselha que as escolas flexibilizem o controle de frequência escolar e permitam a continuidade das atividades não presenciais em situações específicas, como, por exemplo, a existência de membros da família do aluno com doenças pré-existentes que podem ser agravadas com a infecção pelo novo coronavírus. Pessoas com diabetes, hipertensão e cardiopatias fazem parte do grupo de risco.

O conselho recomenda que as escolas, neste momento, dêem ênfase a um “modelo híbrido” de ensino, em que parte das atividades é presencial, e outra, a distância. Com isso, o número de alunos em sala poderia ser menor, o que minimizaria os riscos de contágio.

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