Uma reportagem da agência AFP, publicada em veículos franceses e distribuída pela imprensa internacional, está tendo intensa repercussão global. A reportagem indica que “o Brasil parece condenado a se tornar o próximo epicentro da crise planetária do coronavírus”, ao registrar “uma velocidade galopante” na propagação de novos casos.
Alguns pontos apontados pela reportagem são o sistema de saúde precário e as medidas de isolamento social pouco seguidas. “A questão não é saber se o Brasil será um dia o principal foco de contaminações no mundo: já é esse o caso”, explicou à agência Domingos Alves, do Laboratório de Informações sobre a Saúde da USP (Universidade de São Paulo). Segundo o grupo de pesquisa do qual ele faz parte o número de infectados no Brasil é 16 vezes maior ao número oficial e, portanto, deve estar perto 1,3 milhões de pessoas, mas isso não é confirmado justamente pela falta de testagem massiva para a covid-19.
Além disso, o jornal francês Le Monde aponta a impossibilidade do número de mortos no País ser o que é divulgado pelo Ministério da Saúde. A matéria mostra uma equação incompatível entre os dados oficiais de vítimas e o aumento do número de enterros em diversas cidades, como Fortaleza e São Paulo, que estão sendo obrigadas a abrir covas nos cemitérios para sepultar mortos que faleceram em decorrência da doença.
Especialistas do Observatório Covid-19 BR pontuaram ao jornal francês que, em meados de abril, “o Brasil tinha contabilizado oficialmente 3.364 mortes diretamente ligadas à Covid-19 em 2020, mas também 5.283 mortes por Sras ‘não-especificadas’ ou ’em curso de investigação'”. O Le Monde ainda ressalta que “não dá para contar com o presidente Jair Bolsonaro, que continua a negar a gravidade da pandemia”.
Informações de Brasil247.