A uma semana da eleição, Biden tem maior vantagem em 24 anos

O levantamento, feito pelo site especializado FiveThirtyEight, mostra ainda que essa é a maior diferença entre candidatos a uma semana da eleição em 24 anos —os americanos vão às urnas em 3 de novembro.

Em 1996, sete dias antes do dia do pleito, Bill Clinton estava 14,7 pontos percentuais à frente de seu adversário, o republicano Bob Dole. O democrata acabou vencendo o pleito por 49,2% a 40,7%, diferença de 8,5 pontos. Desde então, ninguém conseguiu alcançar vantagem de dois dígitos tão próximo da eleição.

Quem chegou mais perto da marca foi Barack Obama —de quem Biden foi vice. Em 2008, neste mesmo momento da corrida, ele tinha 7 pontos percentuais de vantagem sobre John McCain. No fim a margem de vitória democrata foi de 7,2 pontos, semelhante à prevista nos levantamentos.

A diferença atual de Biden para Trump é quase o dobro dos 4,8 pontos percentuais que Hillary Clinton tinha sobre o republicano a uma semana da eleição. Na reta final de 2016, Trump conseguiu diminuir essa margem, e a democrata ganhou no voto popular por apenas 2,1 pontos percentuais.

O atual presidente, por sua vez, venceu em estados-chave do Meio-Oeste, como Wisconsin e Michigan, e conquistou o cargo via Colégio Eleitoral —sistema indireto que escolhe o presidente dos EUA.

Nesse modelo, cada estado tem um número de votos proporcional à população. A Califórnia, com 39,51 milhões de habitantes, por exemplo, tem direito a 55 representantes. A Dakota do Sul, com 884,6 mil, a 3.

O candidato que vence a eleição em um estado leva todos os votos dele —as exceções são Nebraska e Maine, que dividem os votos de maneira mais proporcional. No fim do processo, é eleito quem conquistar mais da metade dos votos no Colégio Eleitoral, ou seja, ao menos 270 dos 538 votos possíveis.

Assim, a senha para vencer a eleição é conquistar os estados onde a disputa é mais apertada.

Neste ano, 13 estados apresentam esse cenário —sete do quais com leve inclinação pró-Biden nas pesquisas (Arizona, Michigan, Minnesota, Nevada, New Hampshire, Pensilvânia e Wisconsin), cinco indefinidos (Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Iowa e Ohio) e um com inclinação pró-Trump (Texas).

Nos outros 37, as vantagens dos dois candidatos estão mais consolidadas, e uma surpresa é improvável. Assim, o democrata tem 212 votos no Colégio Eleitoral que podem ser considerados seguros ou muito prováveis, enquanto o republicano tem 125 nessa mesma situação.

Caso o quadro se confirme, Biden precisa vencer seis dos sete estados em que tem pequena vantagem para chegar aos 270 votos do Colégio Eleitoral e ser eleito presidente.

Já Trump tem situação mais complicada: precisa confirmar o favoritismo no Texas, vencer os cinco estados indefinidos e ainda surpreender em ao menos dois estados com inclinação democrata.

É por isso que sites especializados apontam que a chance de Biden vencer está na casa dos 90%. Há quatro anos, Hillary chegou ao dia da eleição com cerca de 70% de chance de vencer e acabou derrotada.

Isso ocorreu, em parte, porque estados geograficamente próximos ou demograficamente semelhantes costumam votar de maneira parecida. Ou seja, se Trump conseguir vencer Biden em um estado no qual o democrata está na frente no Meio-Oeste ou vizinho à região, é grande a chance de ele ganhar em outro.

Segundo modelo do FiveThirtyEight, uma vitória de Trump na Pensilvânia —onde Biden atualmente lidera com 5,3 pontos percentuais— transformaria o republicano em favorito em Wisconsin e elevaria a chance de ser reeleito para 68%.

Por outro lado, se Biden confirmar a dianteira e de fato vencer no estado, Trump vê suas chances de vitória caírem para 2%. É devido a essas variações que, a sete dias da votação, os dois rivais seguem com chances de chegar à Casa Branca.

Informações de Folha de São Paulo.

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